Blog da Mota: À poetas e poetas

sábado, maio 26, 2007

À poetas e poetas

Caros leitores, hoje acordei, mais uma vez com uma terrível indisposição, mas durante o dia essa indisposição passou, devo esse milagre a uma pessoa com tenho muito gosto em falar.
E agora ao final de um dia passado meio a estudar meio na conversa, tive uma vontade de partilhar com vósco alguma da poesia de que mais gosto.
O primeiro poema é daquele que eu considero o 2º melhor poeta de Portugal, que na terra de grandes poetas, este é genial, apesar de ser um pouco “louco”, é um louco verdadeiramente genial, que só um poeta o consegue bater, o grande Luís Vaz de Camões.
O poeta que me refiro é Fernando pessoa, o mestre das palavras, da rima e dono de uma capacidade de escrever inigualável por qualquer.
A gora mostro vos um dos meus poemas preferidos do seu pseudónimo Álvaro de Campos.

Ai Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que farias com ela?
- Tirava os brincos do prego,
Casava c’um homem cego
E ia morar para a estrela
Mas, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que diria tua mãe?
- (Ela conhece-me a fundo,)
Que há muito parvo no mundo,
E que eras parvo também.
E, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
No sentido de morrer?
- Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver
Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
- Então, filho, nada feito.
Fica sem efeito
Nesta casa não se fia

Comunicado pelo Engenheiro Naval Sr. Álvaro de Campos em estado de inconsciência alcoólica. 1/10/1927

Mas como também fiquei inspirado por este magnifico poema decidi criar um, mas eu, pobre e devasso poeta, já mais chegarei ao que é Fernando pessoa.

Quanto mais te vejo,
Mais te quero ao pé de mim.
Aqueles que te conhecem, invejo
Mas um dia serei teu, enfim
Revejo o meu dia ao teu lado
Encontrava-me seguro
Estava bem acompanhado
Senti-me mais maduro
E sem medo, avancei para o infinito
Descobris-te o quanto eu era devasso
E quando digo que fiquei bem, minto
Notava-se até no meu paço
Que avançou para o meu esconderijo,
Imaginava os teus olhos,
E com sentimento redijo
Como resisto aos abrolhos,
Que se cravam na pele
E mais tarde se revele
Impeditivo, restritivo,
E que se venha a opor
Ao nosso amor.

Este poema não foi escrito para ninguém em especial, foi apenas uma coisa que me surgiu e que resolvi escrever

0 homens da mota: