Blog da Mota: janeiro 2008

terça-feira, janeiro 15, 2008

Parabéns Capitão

E como um relâmpago cintilante, o pequeno Eduardo, fica com 18 anos, e no gigante que é hoje.
Excluindo a altura, que olha para o meu amigo, o capitão Biclas, não diz que ele tem uns modestos 18 anos de existência, que atingiu a maior de idade, vai ter um carro.
Bem para grande surpresa dos membros do sexo masculino, o capitão levou toda a gente a almoçar á pala dele, e diga-se de passagem que foi um rico almoço.
E parece que este entro com os dois pés nos seus 18 anos, ele e a sua amiga, mas pronto isso são as coisas dele, coisas do capitão Biclas.
Parabéns meu grade animal.

Mergulha na felicidade

No meio de tantos versos, geniais, estimulantes para um cérebro que só pede mais poesia urbana, reencontro-me mais uma vez com os versos de Mergulha na felicidade.
Mais uma vez DLM, demonstra porque é que ainda são dos poucos que se mantêm puros á Tuga, pois estes são felizes nela.



Naquelas horas em que tu choras
nuvens escuras pairam ameaçadoras
dias sem aurora saiem da caixa de pandora
E agora? Que toda a felicidade foi embora
tás a um passo do abismo no epicentro do sismo
O pessimismo toma pose no metabolismo
e é por isso que um mal nunca vem só
vem um atrás do outro como peças de dominó
Em catadupa
Problemas são como agulhas em constante tortura em quete atulhas
vais enchendo o saco, acumulas, aguentas até que chega
a altura em que tu rebentas
tanta amargura ainda te leva à loucura
Se vives com pena de ti..ninguém te atura
essa postura imatura é uma sala obscura
a cura está no amor, procura no interior
Tens que erguer a cabeça
Mano, acorda para a vida
Acredita em ti
Fortalece a auto-estima
Trabalha, transforma os teus sonhos em matéria
Só o espírito rico vencerá a miséria
Força, partilha, acredita, ofereçe, respeita,
persiste, constrói, perdoa, cresce,
age, brilha, estima, vence, faz, honra, muda, luta,
cura, foque, vive, cria, chora,
age, ama...
As trevas entecedem a alvorada da alma
Quando estiveres na merda, por favor, tem calma
às vezes apetece desligar o interruptor
mas o maior lapso é olvidar o amor
Trabalha, transforma os teus sonhos em matéria
Riqueza a valer é saúde e saber
só o espírito rico vencerá a miséria
Toma rédia curta no que te está a acontecer
Se este governo só te dá desemprego
e tens mulher e crianças para alimentar
e tás farto de viver no limiar do degredo
é o sistema quem te vai obrigar a emigrar
Se um ente querido partiu e tens a alma dorida
honra a sua ida, leva avante a tua vida
Porque um pessimista soma fracassos e desgraças
o optimista alcança vitórias e dá a graças
Tens que erguer a cabeça
Mano, acorda para a vida
Acredita em ti
Fortalece a auto-estima
Trabalha, transforma os teus sonhos em matéria
Só o espírito rico vencerá a miséria
Força, partilha, acredita, ofereçe, respeita,
persiste, constrói, perdoa, cresce,
age, brilha, estima, vence, faz, honra, muda, luta,
cura, fode, vive, cria, chora,
age, ama...
A vida és tu quem controla a objectiva
e é tudo uma questão de prespectiva
À nossa volta tudo roda como num caleidóscopio
foca para não te desviares do teu propósito
Se a doença abate e se torna um anti-capeescap
a imaginação, não tem limite
Quando a violência impera quebra a algema
e foge para bem longe do problema
Se estás na corda bamba entre o amor e o ódio
ama-te a ti próprio antes de amar o próximo
Se foste traído por um amigo mais chegado
lembra-te que mais vale só que mal acompanhado
Vence a inércia, fortalece a auto-estima
Se estás em baixo, um dia estarás na mó de cima
Luta, acredita, valoriza as virtudes, sublinha os defeitos com pureza nas atitudes
Tens que erguer a cabeça
Mano, acorda para a vida
Acredita em ti
Fortalece a auto-estima
Trabalha, transforma os teus sonhos em matéria
Só o espírito rico vencerá a miséria
Força, partilha, acredita, ofereçe, respeita,
persiste, constrói, perdoa, cresce,
age, brilha, estima, vence, faz, honra, muda, luta,
cura, fode, vive, cria, chora,
age, ama...
Força, partilha, acredita, ofereçe, respeita,
persiste, constrói, perdoa, cresce,
age, brilha, estima, vence, faz, honra, muda, luta,
cura, fode, vive, cria, chora,
age, amaaaa...

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Thats it

Puto egoísta, egocêntrico, mimalho e arrogante destrói de forma dissimulada e sempre charmosa o seu presente(agora, talvez passado) apenas na ânsia de conciliar dois mundos que desde o principio soube incompatíveis.


Desculpa...

Pesquisa Agressiva

No âmbito da disciplina de Psicologia o professor desta mesma mandou os alunos procurar casos de agressividade para que pudesse-mos demonstrar na aula.
Numa primeira pesquisa apenas encontrei noticias que falavam de agressividade canina, e do emplastro (este ultimo ainda estou á procura do significado), pois estes resultados não eram nem de longe nem de perto satisfatórios, a não ser que estudasse-mos o emplastro, e o motivo pelo qual ele se põe atrás das câmaras, e diz que o pai dele é o Pinto da Costa e a mãe o Jorge Costa, mas isso são outros traumas.
Mas depois de uma longa reflexão, e com a ajuda de um amigo que me mandou um mail a relembrar-me de um vídeo o qual me tinha esquecido fiz uma selecção de vídeos, com a presença de agressividade, ora bem extrema agressividade que suportam a minha teoria acerca da maneira que esta se forma.
Observe-mos então o primeiro, neste vídeo é nos visível no nosso ecrã, um rapaz com não mais de 11 anos, a falar a língua dos cães (o alemão) para o seu crido e estimado Computador.

Graças a uma alma muito caridosa conseguimos ler o que o Alemão dizia ao seu computador, e agora eu pergunto, será que ele é tão burro ao ponto de falar para o Pc e ele não responde, é por isso que lhe bate, ou será que ele culpa o teclado por realmente não saber jogar?
Mas neste vídeo não existe apenas agressividade, podemos ver bem a ternura com que ele procura o ESC e a suavidade com que ele o coloca no lugar, bem dizia o meu grande amigo Luka “Crazy German’s”.
Mas continuando na agressividade no mundo dos vídeo jogos, os Americanos, não ficam muito atrás no que toca á agressão a maquinas, vejamos este caso.

É caso para dizer que ali temos um bom pugilista, só tem de mudar de alvo.
Mas não é só entre homem e maquina que existe agressividade, se avançarem para o minuto 5 do próximo vídeo perceberam o que vos quero transmitir.

Oh Jel! É verdade que já andavas á uns programas para apanhar, mas de um velho do circo Jel! Bem o que vale é que ficou todo grava do e ao menos podes processa-los, e não eles a ti, como já vem sendo costume, mas um velho Jel?

sexta-feira, janeiro 11, 2008

About a fucker

A minha ausência no que toca á combinação aleatória de palavras de forma a dar vida a uma estrutura textual envolta numa idiotice magistral, tem-se vindo a alargar de tal forma que já começo a duvidar da minha capacidade para o fazer. A minha dúvida ganha relevância, quando mesmo passado todo este tempo continuo sem conseguir organizar as minhas ideias num texto. Tenho tanto para dizer, tanta daquela magoa que normalmente conseguía canalizar para posts deveras melancólicos. Talvez porque hoje em dia filtre esses sentimentos para a coitada da minha guitarra, talvez porque depois de tanto tempo de felicidade exacerbada se torne tão díficil lidar com esta dor, talvez,talvez...a verdade é que desta coisa em forma oval apoiada em cima do meu pescoço, a que habitualmente chamo cabeça e na qual reside um órgão que eu penso conter de seu nome cérebro, nada de produtivo consegue arrancar. Conseguir até consegue, mas não no que toca ás artes da escrita. Assim, procedo a uma outra arte, de origem milenar correndo o rumor de ter sido inventado por Julio César quando pela primeira vez foi interrogado sobre a sua alegada homosexualidade, e que tem como nome "encher chouriços". Tudo para me distrair do facto de ser um cabrão, com uma aptência especial para lixar a tua e a minha vida. Desculpa...não o faço por mal, não me consigo ver livre deste sentimento estapafurdio que se embrenha em tudo o que é pensamento meu. Na verdade não vais ler este texto...contigo xateada comigo comeco a perceber que fzes parte de mim...já não faz sentido sem ti! O que fode é que fui eu que te afastei com a minha parvoice! E mesmo agora, depois de toda a parvoice continuo confuso, sem saber "para onde me virar"! Enfim, let music ease my pain...


segunda-feira, janeiro 07, 2008

Esta a chegar a salvação!!

Is it charming to suffer in silence?

Suffering is suffering...it fuckin hurts anyway


Make that guitar cry David...


Tudo o que tenho em mim

Sem palavras pois a letra diz todo.



Quem diria, que pode haver poetas, sem poesia.
Todo o que tenho em mim, para vos dar,
São pedaços de Sol e de luar.

Sem conservantes ou aditivos,
sou agasalhado por amigos
e vestido de sorrisos
Impossibilito a entrada
de qualquer mágoa
que me entupa os ventrículos
Tudo o que tenho para dar,
partilhar, ou trocar
um pensamento oferecido como pão para um mendigo
Que se foda a platina,
é Dealema que me traz de volta quando levo estalos da vida
2º Piso será sempre a Meca onde adquiro
força de vontade até ao infinito
Guardo em mim a cicatriz de Nova Gaia fonte da vida,
eternamente filho da cidade invicta
Longe da tua órbita perto da tua óptica,
palavras puras para a puta da vida tóxica.

Todo o que tenho em mim, para vos dar,
São pedaços de Sol e de Luar.

Levarei palavras até ao horizonte longínquo,
é no Hip-Hop que respiro e acredito
Caguei para o fictício,
sou dotado de sabedoria
visionista viajante para a fantasia
Tudo o que trago em mim para vos dar
são lágrimas desta caneta que só vive para chorar
Só a sociedade
me pode levar à insanidade,
compreendido por ninguém,
desentendido por alguém
Imbuído do silêncio pacífico
que me caracteriza
sozinho descobri o meu 7º ouvido
no latíbulo
No piso muito acima do mundo cínico,
onde vives,
onde fodes,
onde comes,
onde nos ouves
Nunca deixes que a tua identidade seja deturpada,
nunca lambas a piça a quem te mija na cara
Somos pobres com créditos sem registos,
vocês gringos destrõe o mundo melhor que construímos
Investimos nos mais íntimos com salários mínimos,
com meios ínfimos obtemos resultados lindos...

domingo, janeiro 06, 2008

A Música no seu melhor

Após uma temporada grande em que esta grande rubrica da música mundial e nacional, este em falta neste blog, infelizmente a rubrica não vos chegou durante este longo período de tempo pois a minha veia para descobrir talentos musicais estava um pouco apagada.
Mas sem demorar muito mais pois sei que os seguidores desta grande rubrica estão ansiosos para ver os artistas que aqui trago.
Para dar inicio aos artistas hoje, eles já são bastante conhecidos aos leitores do blog pois eu e o meu companheiro de blog o Sr. Ruben temos colocado algumas músicas dos Radiohead, hoje não farei a sua apresentação biográfica, nem discográfica, pois penso que o que importa é mesmo a música.
Uma das razões que me leva a por os Radiohead neste edição, é que esta grande banda, é que no último dia de 2007, fizeram um genro de acústico, como não podia deixar de ser está um verdadeiro espectáculo.

Mas não só por este grande vídeo é que falamos deles neste edição, a verdade é que os Radiohead são uma das melhores bandas do mundo, quando ouço esta banda do outro mundo é como fosse transportado para o lado mais puro da música, é por isso que nunca me canso de os ouvir.
Mas não é de agora que os Radiohead são um fenómeno na música mundial, já em 1995 esta banda dava provas de grande valor no mundo da música, por exemplo com a música street spirit.

Mas como isto é uma rubrica de música nacional e internacional, cá vai uma banda nacional com grande valor que dia após dia tem cada vez o meu respeito e admiro cada vez mais Get It Right Mosh.

Espero que tenham gostado desta edição de “ A música no seu melhor” e voltarei numa próxima edição com mais música de grande qualidade.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

...delusions of greatness




but do i want you? anyway i cant get you!!














Tributo

Mais uma daquelas músicas que faz chorar as pedras da calçada, DLM corre-me nas veias, e não á vírus nem ser humano que me tire este fado do corpo, Hip-Hop Tuga no blog da mota, podem contar com mais poesia urbana, vinda da terra prometida, Nova Gaia.



Eu vi-te crescer mano tal e qual me vis-te a mim
Se estas ruas falassem contava uma história sem fim
Do centro ao jardim ou no liceu onde tudo começou
Recordo a imagem na face, tudo o que nos ajudou
14, 24 uma decada de inéditos passada no escuro sem
receber créditos
por entre prédios, bairros e monumentos bizarros
quais instintos sao à prova colocados, nós
sobrevivemos algures entre o paraíso e o inferno
numa cidade cinzenta onde todo o ano é inverno.
vemos crescer como uma arvóre bem forte
germinada a partir de uma semente do norte.
Espansão geográfica
Comitiva dilemática
A simplicidade é táctica
Da verdade posta em práctica
Existe, muita gente ingrata, pouca gente honesta
Que desconhece as consequências de metade do que
manifesta

Esta é p'ra todos, os meus verdadeiros amigos
Esta é p'ra todos, que estiveram lá quando foi
preciso
Esta é p'ra todos, aqueles que acreditaram em nós
Os mesmos que nunca nos deixaram sós

Frio gélido, cenário de cerrado nevoeiro
Tabuleiro superior, Ponte D.Luiz I
Até ao minuto derradeiro, Nova Gaia, Porto
No coração, na alma, na mente, no meu corpo
Sonhos por concretizar, fazem-nos rimar
É a nossa vida, vamos ganhá-la custe o que custar
Temos cegos, surdos e mudos famintos
Do alimento p'ra alma que nós distribuímos
Elevamos a mentalidade em saltos quânticos
Invocando a liberdade nos nossos cânticos
Pesados como fardos, de responsabilidade
Que carregamos nas costas desde tenra idade
Crianças da cidade embriegadas em sonhos
Lembranças do passado hoje inundam-me os olhos
Enquanto mentes pobres, lançam boatos podres
Orgulho-me de nos ver lutar por causas nobres

Esta é p'ra todos, os meus verdadeiros amigos
Esta é p'ra todos, que estiveram lá quando foi
preciso
Esta é p'ra todos, aqueles que acreditaram em nós
Os mesmos que nunca nos deixaram sós

Eles ñ acreditavam numa segunda vinda fora de tempo
Pa moda antiga, mas ñ podem fechar a saída
Com mil chaves todas as oportunidades, vê-se muitas
celebridades
Com escassas capacidades
Hoje em dia, podes crer é isso o que mais gira
Muita beleza em torno de uma cabeça vazia
Incapaz de entender o habitat no qual se encontra
inserido
Ou incapaz de decifrar dois parágrafos de um livro
Mano ñ tenho mais que a escolaridade obrigatória
Mas a diferença de consciência entre nós é notória
Tens a memória curta com uma experiência na luta
Ou até mesmo na vida e de quem será a culpa
Da inociência que permanece após a adolescência
Que ñ permite olhar o mundo com a devida
transparência
Tens de ser mestre do teu próprio templo
E com o tempo serás o próximo a dar o exemplo

Esta é p'ra todos, os meus verdadeiros amigos
Esta é p'ra todos, que estiveram lá quando foi
preciso
Esta é p'ra todos, aqueles que acreditaram em nós
Os mesmos que nunca nos deixaram sós

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Brevemente.

Gaivota em terra

Um olhar pela janela é solto, um suspiro incerto é expresso por uma respiração em duvida de subserviência, o tempo esta feio, por mais quanto tempo, por quanto mais este vai exprimir o sentimento duvido, a presença da escuridão numa vida a qual as lágrimas caem intensamente numa terra que não aguenta mais a magoa que a vai deixar estéril.
Através da janela do meu quarto vejo aquela gaivota te que se tenta resguardar em terra, que tenta a qualquer custo chegar ao ninho, onde sabe que ali esta segura, quente e protegida, mas o vento impiedoso, cortante e gélido, faz com que esta ave espantosa, corajosa, esbelta em todo o seu significado e expressão, não se mova, o vento torna imóvel, e esta paira no ar, impossibilitada de chagar ao seu porto seguro.
Deitado na minha cama, no mesmo local onde eu e tu nos deitamos, e contemplamos o mesmo cenário, sem repararmos que nos braços um do outro seríamos eternamente felizes, observamos a mesma gaivota a voar livremente, para junto do seu ninho para junto do seu porto de abrigo.
Hoje, sozinho, envolto num frio perturbador, tento me agasalhar nos lençóis em que tocas-te, que o teu corpo deixou o seu aroma que ao final de tanto tempo ainda permanece, quanto mais me afundo nestes lençóis, mais frio tenho, mais fundo caio, num precipício o qual não vejo o seu final, apenas me tento agarrar em recordações que já não sei distinguir entre o real e a ficção.
As memorias, essas vão surgindo ao longo dos acordes, ao longo de pequenos sons que vou ouvindo, cada nota que a guitarra imana, é como se fosse um pedaço de ti que me estivesse a tocar, que posso fazer, sou apaixonado por música e memorias, lentamente estas duas consomem-me, lentamente as duas se tornam menos nítidas, e a cada dia que passa sou embriagado, e todos os dias me volto apaixonar por cada uma delas.
Seria uma mentira tão grande dizer que te esqueci, mas também seria outra grande mentira dizer que ainda te amo, ou talvez não, o vazio que sinto dentro de mim não se preenche, nem mesmo os acordes da guitarra, a luz da lua, nem mesmo as memorias me preenchem, vivo o passado com nostalgia do presente, e por doloroso que seja, o futuro ainda não faz parte desta dança, o qual este vazio faz questão que seja dançada apenas a dois.
É tão patético o que tenho visto nos últimos dias, pessoas, maravilhadas com um novo ano, dizem que as suas vidas serão novas que todo será melhor, diferente, mas nada muda, absolutamente nada, para mim não passa de mais uma dia normal, onde as pessoas normais, têm um motivo para festejar não sei o quê, festejar ou pelo menos desejar algo melhor das vidas as quais eles próprios estão cansados de ter.
Ao ver a gaivota a pairar no ar tão bem eu sou invadido por esse sentimento deprimente de rever o ano anterior, e como a dança continua, vejo o teu rosto aparecer de novo, sorris me docemente, um sorriso o qual não consigo apagar, um sorriso que me trás de volta um misto de sentimentos os quais me revolto de ainda sentir.
A felicidade que os teus lábios transbordavam, de quando nos podíamos tocar sem reserva, onde podíamos expressar os nossos pensamentos livremente, pois ali no nosso mundo éramos intocáveis.
Quase consigo adivinhar a reacção das pessoas que me conhecem, e que me pedem para seguir enfrente, como eu ironicamente a conselho os outros a seguir, mas preciso de escrever, como outros necessitam de tocar guitarra, este é o meu escape, por muito que a música me proteja, esta traz-me sempre de volta o rosto da pessoa que mais mexeu no meu mundo, e que apesar da distancia, ainda o põe de pernas para o ar.
Ao som de Radiohead, John Frusciante, Nirvana, Incubus, Jeff Buckley, Jimmy Hendrix, Led Zepplin, Bossa Nova, Ben Harper, Dealema, Mundo, Bob Dylan, Carlos Paredes, David Fonseca, Foo Fighters, Ornatos violeta, The Withe Stripes, Yellowcard, Queens of the Stone Age, ACDC, Aesop Rock, Arctic Monkeys, e tantos outros que marcaram a minha vida, uma vida repleta de surpresas, repleta de arte por vezes obscura, leituras duvidosas, experimentando os mais estranhos e controversos sons da música, ano após ano, duvida após duvida, Música atrás de Música.
Sem nunca tirar os olhos da gaivota que se bate com o vento de Inverno, este tira-lhe lentamente a vontade de viver, tira-lhe a possibilidade de voltar o seu ninho, seu porto seguro.
E numa fracção de segundo, o seu coração deixa de bater, e ela cai majestosamente para o desconhecido, sem aviso prévio, morre, sem ter chegado ao seu ninho, sem se sentir finalmente no seu mundo.
Enrosco-me mais nos lençóis, sinto o teu aroma, vejo de novo teu sorriso, mas cada vez se torna mais ofuscado, como se as luzes se apagassem, e sou invadido por um clarão de luz, olho pela janela e o vento parou, as nuvens começam a abrir, o teu sorriso desapareceu, e os acordes da guitarra devolvem mais uma vez o meu êxtase, sorrio por que sei que o vazio começa a desaparecer, é lento mas esta a desaparecer.