Blog da Mota: setembro 2007

quarta-feira, setembro 19, 2007

A saudade e os demoníos

A dificuldade com que enfrento cada enfadonho dia de aulas, torna-se insuportável quando tenho de carregar comigo uma saudade enorme, um desejo de estar com alguém que amo,o desejo de te abraçar, de te beijar...nunca esperei escrever um texto como estes e tu sabes que não, mas também sabemos o quanto nos custa estar sem o outro durante estes penosos dias. Quando falo de ti, simplesmente não consigo articular o discurso, fico atordoado com este sentimento arrebatador, fico distraído com o brilhar dos teus quando olham para mim, fico com aquele sorriso estúpido quando me lembro desse teu sorriso especial...mas o que é isto? Sabes o quanto detesto este tipo de textos, mas não consigo evitar de escreve-lo, pois por estas alturas os demónios voltam a atacar... percebo que te sintas mal por isso, percebo que fiques insegura mas sabes que não tens razão para tal, sabes que hei-de estar sempre ao teu lado, porque sabes o quanto gosto de ti! Enfim, acho que é primeira vez que escrevo uma coisa destas e embora pareça piroso é a mais pura das verdades!!

love you girl (sim porque agora sabes falar inglês!!)


P.s- amanhã não me vou vestir de preto! contente? hehe eu faço tudo por ti rapariga!!

terça-feira, setembro 18, 2007

Tempo, eternidade, morte

Estas três palavras assombram o ser humano desde dos primeiros primatas, o homem sabe tão pouco sobre elas que só de pronunciar alguma delas cria logo uma infinidade de perguntas e conjecturas a cerca das quais.
Que tempo é este que o homem pensa que conta mas que desconhece a sua forma, afinal o que é o tempo?
Certamente não série eu a responder a essa pergunta, mas gosto de fazer esta pergunta aos comuns mortais que vagueiam pela terra, respondendo constante a interpretação que estes fazem dele, ou seja exprimem-no em horas.
Mas até quanto será fiável esta medição do tempo, será que o tempo se resigna a penas á passagem interminável de horas?
Uma coisa é certa, o tempo é perfeito, não falha, pois nunca ninguém viu ai um homem das cavernas a passear-se pela baixa do Porto, porá e simplesmente este tempo que o homem desconhece não tem o mínimo de erro, vai avançando independentemente da acção do homem ou a sua própria vontade.
Outra questão que se coloca aqui é que se depois de nós executarmos uma acção, a iremos voltar a fazer no “passado”, ou seja se existe mesmo um passado como mostram todos aqueles filmes de ficção cientifica, em que o rapaz viaja para o passado e para o futuro e moda o seu destino.
Pois isso não sabemos, pois nunca ninguém conseguiu voltar a trás no tempo, apenas sabemos que este tempo de que tanto falamos continua a avançar, sempre ao seu ritmo rumo á eternidade.
Mas o que é isto da eternidade, será que á uma eternidade, será que haverá algo que lá chegue?
Bem no bom sentido da palavra, eternidade significa para sempre, bem mas será que este para sempre tem um fim, algo que diga pronto aqui é o fim de uma eternidade, não me parece, pois eternidade também tem como sinonimo infinito.
Bem se é infinito, então não tem fim, mas se não tem fim, deve ser um pouco chato viver para a eternidade, seja como for, a boa lei das coisas diz que todo tem um começo e um fim, mas esta palavra é um para sempre, deixando nos com outra duvida será que tempo teve um inicio.
Pois lá esta outra pergunta á qual não tenho resposta, pois não faria sentido, de repente o tempo começou, mas então se não começou então sempre existiu, desde quando?
Muito provavelmente todas estas dúvidas ficaram até á minha morte, sim porque apesar de ser um pedaço de tempo, também eu tenho um fim, não seria divertido ficar aqui para responder a todas as minhas questões.
Mas aqui o ponto mais importante é a palavra morte, as outras duas palavras tem algumas das respostas nestas, por exemplo, com a morte o tempo acaba, e acaba também com qualquer hipótese de haver uma eternidade.
E o que é que haverá para além da morte, muitos acreditam que esta morte é apenas uma morte física, e que após a nossa mente se despega do nosso corpo e procura algo, depois disso existem varias teorias, outros afirmam simplesmente que com a morte física a nossa existência quer física, que espiritual desaparece.
Mas sobre esse tema nada sei, pois nunca morri nem tenciono morrer tão cedo, á ainda outra questão que me inquieta, mas será que depois da morte terei respostas ás perguntas que acabo aqui de pronunciar?
Tantas perguntas tão poucas respostas, enfim, sei apenas que cabe-nos fazer o melhor que podemos para as interpretar, procurar as nossas próprias respostas, e quem sabe viver na sua expectativa.

John Pedaço de Tempo

segunda-feira, setembro 17, 2007

...just a piece of advice

Quando o nosso intelecto começa a criar o seu próprio mundo, vivendo como se do corpo, apenas precisasse para se deambular por um mundo que nos parece cansado e cinzento, onde o amor se apresenta como uma mera visão iluminada e saudosa do passado, os sinais de que algo de muito errado se está a passar connosco, estão perante os nossos olhos. Pois, estimado camarada fontemanha, alerto para que não te deixes iludir por esse teu génio sombrio e recalcado que teima em se querer afirmar, nem que para isso tenha de destruir tudo o que de bom costumavas ter à tua volta. Confia nas palavras de alguém que já padeceu de tal sofrimento, que já se desmoronou perante a loucura e a ilusão de uma inteligência superior e que acabou por descobrir que com ela apenas podia contar para os seus devaneios pelas artes da filosofia e da retórica, alguém que se perdeu mas que se ergueu servindo-se do amor, como um idoso se serve da sua bengala para andar. A conclusão a que cheguei e te quero transmitir é de que, apesar da nossos por demais evidentes traços de carácter, que nos distanciem dos parâmetros definidos como normais,esses não nos permite ser possuidores de uma genialidade equiparada aos nossos mentores e ídolos, por mais que a nossa mente nos tente convencer de tal. Por isso, aconselho-te a apoiares a tua solidão e frustração noutras áreas que não sejam as que te levem a refugiar-te no teu "quase genial" cerbero. Eu já me capacitei de tal, não sou tão especial como um dia pensei ser, diferente sou de certeza e hei-de continuar a se-lo, mas os rasgos de genialidade que se vão espalhando pela minha consciência não se demonstram capazes de me garantir um lugar nos anais da história. Pensa nas minhas palavras, não as confundas, és a meu ver alguém diferente (para melhor) e que algum dia pudera alcançar resultados de relevo, mas parece-me arriscado depositares todas as tuas esperanças nessa longínqua esperança...

Carta a um amigo sem rumo

Caro Rui,
Ao longo dos últimos meses tenho te visto sofrer, quando digo sofrer, refiro-me á tua própria autodestruição, sinto que morres a cada dia que passa, sinto que o que te consome por dentro, esta lentamente a deixar o teu corpo e tua mente sem forças para lutar por algo em que acreditas.
Eu como teu a migo, companheiro de lutas intelectuais, estou preocupado contigo, não vejo mais a alegria que tinhas, não vejo o sorriso verdadeiro que te caracterizou durante todos estes anos que te conheço.
Já sabes o que penso, mas vou-te dizer de novo, eu não acredito no amor, ao não acreditar nele não percebo porque é que ficas dessa forma, pois claro que sou bruto e agressivo nas ideias que tenho, mas continua ver essa paixão de uma maneira real, continuo a achar que essa paixão é como um cancro que te vai matando lentamente.
É claro que minto quando digo que não acredito no amor, mas vejo de uma maneira real e concreta, não filtrado por um ultra romantismo que se apoderou de ti, eu ao contrario de ti consigo ver quando é que um amor acaba, e se transforma em algo que não queremos admitir.
Bem sei que não o é fácil, admitir que o amor que alguém sentiu por nós acabou, mas meu caro Rui, no teu caso nunca ouve por parte dela amor, uma grande paixão, admiração, sim isso ouve, mas nunca o amor que procuras-te.
Vi-te fazer coisas que nunca pensei ver-te fazer, estou envergonhado, digo ainda mais, enojado, pois tinha-te em consideração um homem, não um simples lacaio da ilusão.
Acorda, vive, olha para o mundo de uma maneira realista, esquece essa mulher pela qual te apaixonaste, sem aviso prévio, sem razão alguma, olha para a tua própria realidade e admite que acabou, se não o fizeres mais sofreras, e eu como teu amigo que sou ver-te-ei a morrer lentamente, consumido pela dor de amar e não ser amado.
Não acredito de maneira alguma no destino, ou nessa barbaridades de que o homem esta predestinado a ser algo, mas acredito que o teu lugar aqui na terra não é o de sofredor, pois eu mais do que ninguém acredito que és um génio, e acredito que tal eu como tu, sendo génios por natureza, tenhamos apenas um papel passivo nisto de que eles chamam de mundo.
E é com estas palavras que me despeço meu caro Rui, sei que vais ler isto com atenção, sei ainda que pouco ou nada vai significar, mas ao menos estão aqui as palavras de um sábio amigo, que vê o amor de uma forma real e concreta, no fundo com olhos de ver mas não de sentir.
Do teu amigo

Leonel de Campos

quarta-feira, setembro 05, 2007

A música no seu melhor

Caros leitores do blog da mota quero pedir desculpas por estar tanto tempo sem escrever mas como diz o meu grande amigo Eduardo também temos direito a umas ferias.
Mas como não podia deixar de ser estou de volta com a minha rubrica de música, hoje quero vos apresentar dois artistas que me tocam, devido ás suas música profundas, e sempre que as ouço sinto o poder da música a entrar dentro do meu corpo e me faz esquecer o que me tem melindrado a cabeça nos últimos dias.
Mas vamos já ver o primeiro artista que vos quero apresentar, nasceu em 1966 no estado da Califórnia, revelou-se um dos melhores artistas de sempre, mesmo só tendo lançado um álbum em vida e no passado dia 28 de Maio fez dez anos que morreu.
Falo de Jeff Buckley, conquistou multidões, não só pela forma que tocava mas também da sua voz inspiradora, inspirou milhares de artistas, e muitos tentaram tocar as suas músicas, mas nunca chegaram ao profundo que este artista foi.
Era filho de um músico Tim Buckley, superou o seu pai em todos os parâmetros, e o seu nome ficou para sempre imortalizado no mundo da música com músicas como Mojo Pin, Hallelujah, Eternal Life, e muitas outras.

Inúmeros artistas ficaram fascinados com Jeff a actuar no palco, Jimmy Page e muitos outros elogiaram o jovem cantor e guitarrista.
No dia 29 de Maio de 1997, helicópteros sobrevoavam o Wolf River em busca de uma pessoa que ali havia desaparecido. Segundo relato do amigo Keith Foti, Jeff Buckley resolveu parar para nadar naquele rio antes de se encontrar com sua banda. Depois de alguns minutos, foi até o carro para guardar alguns objectos, enquanto ouvia Jeff nadando e cantarolando “Whole Lotta Love”. Quando voltou, não viu mais nada. Ele gritou por “Jeff” por quase dez minutos e, não obtendo resposta, decidiu chamar a polícia. O corpo de Jeff Buckley foi encontrado só uma semana depois, dia 4 de Junho, perto da nascente do Mississippi.
Para sempre ficaram as suas músicas e para aqueles que o ouviram ao vivo de certeza que se lembraram para sempre desse momento.

Continuando com música de alto nível, passo para um artista que por vezes é desprezado por estar muito comercial, ou porque a sua música esta muito batida nas rádios, mas para mim continua a ser um grande artista.
O seu nome é James Blunt, nascido a 22 de Fevereiro de 1974 em Inglaterra, na tropa diziam que cantava como uma menina, mas por ironia do destino James em 2006 venceu o prémio de melhor masculina de Inglaterra.
James Blunt hoje é considerado um dos melhores artistas ingleses da actualidade, as suas músicas conquistam a plateia, e tem milhares de fãs por todo o mundo.

É caso para pensar.

Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso,

Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam
E, no entanto, perdoares que duvidem,

Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança
E não caluniares os que te caluniam,

Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine,
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício,

Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre,
Sem fazer distinção entre estes dois impostores,

Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos,

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construí-lo outra vez com ferramentas gastas,

Se és capaz de arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado,
E perder e começar de novo o teu caminho,
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado,

Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos
E fazê-los servir se já quase não servem,
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta,
A não ser a vontade que diz: Enfrenta!

Se és capaz de falar ao povo e ficar digno
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo,

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo
E não sofrem decepção os que contam contigo,

Se podes preencher todo minuto que passa
Com sessenta segundos de tarefa acertada,

Se assim fores, meu filho, a Terra será tua,
Será teu tudo que nela existe

E não receies que te o tomem,

Mas (ainda melhor que tudo isto)
Se assim fores, serás um HOMEM.

Rudyard Kipling