Blog da Mota: Lutas de outros dias

terça-feira, maio 15, 2007

Lutas de outros dias

Hoje, na minha habitual viajem de regresso na minha camioneta, foi a pensar na nossa sociedade, como todo esta um pouco degradado, no meio de mentiras, falsidade, e fraude.
Relembrei uma conversa que tinha tido umas horas antes com os meus amigos sobre heróis mortos, como Elvis, Che Guevara e muitos outros, e fez-me pensar como é que eles reagiriam perante a sociedade de hoje.
Por exemplo falo-vos de Martin Luther King que lotou contra a descriminação e o racismo que esta instituído nos EUA, em que havia uma espécie de apartheid, e que mesmo com a cabeça a premio este destemido homem lutou pelos direitos da igualdade entre todos os cidadãos Americanos.
Organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos, para que acabassem com a ridícula exclusão das pessoas com um tom de pele diferente.

Acabou por morrer como um dos mais reconhecidos e respeitados homens do mundo.
Como Martin Luther King, também Nelson Mandela lutou frente ao apartheid, graças a essas lutas acabou por passar metade da sua existência enclausurado.
· Lei de Proibição de Casamentos Mistos (1949)
Barrou o acesso de pessoas de algumas raças de várias áreas urbanas
Proibiu pessoas de diferentes raças de usar as mesmas instalações públicas como bebedouros, banheiros e assim por diante.
Estas são algumas das leis que o apartheid tinha, e que Nelson Mandela fez frente durante a sua longa batalha.
Mas como quem espera sempre alcança, Nelson Mandela viu os seus esforços recompensados quando em 1993 ganhou o premio Nobel da Paz, e em 10 de Março de 1994, Nelson Mandela fez o juramento como presidente da África do Sul diante de uma eufórica multidão. Dentre suas primeiras acções foi criada a Comissão Verdade e Reconciliação e reescrita a constituição. Na eleição multirracial seguinte, o ANC de Mandela ganhou com larga margem, efectivamente terminando com a era do apartheid.
Mas também em Portugal houveram pessoas com grande coragem que fizeram frente a todas as adversidades e enfrentaram mesmo sabendo que poderiam morrer duram-te o processo.
Falo-vos de Humberto Delgado que Participou nas eleições presidenciais de 1958, contra o almirante Américo Tomás (apoiado por Salazar), reunindo em torno da sua candidatura toda a oposição ao regime. Numa famosa entrevista realizada pelo jornalista Mário Neves em 10 de Maio de 1958 no café Chave de Ouro, quando lhe foi perguntado que postura tomaria face ao primeiro-ministro (Presidente do Conselho dos Ministros) António de Oliveira Salazar, respondeu com a célebre frase “obviamente, demito-o”, que ainda hoje é frequentemente citada na política portuguesa em diversos contextos e variações. Foi a frase de declaração de guerra ao regime. Devido à sua coragem de dizer em público palavras pouco respeitosas e agressivas para o regime e para Salazar, ele foi cognominado ora de “General sem Medo” ora de “General sem Juízo”. Esta frase célebre incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha (com particular destaque para a entusiástica recepção popular no Porto). Nas eleições presidenciais de 1958 acabou por ser derrotado graças à gigantesca fraude eleitoral montada pelo regime.
Mas como todos os opositores de Salazar também Delgado foi assassinado pela PIDE em 1965.
E como estes houveram muitos outros que lutaram contra outras lutas igualmente importantes, mas haverá alguém que lute contra o que se passa hoje.
Mas isso deixo para outro Post, para que eu possa expressar melhor a minha opinião acerca do que se passa actualmente.

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