Lutas de outros dias

Caros leitores do Homem da Mota, voltamos hoje com a nossa rubrica de grandes pessoas, que fizeram grandes feitos na história, que marcaram a sua época e que ainda hoje sensibilizam as gerações de agora.
A primeira personalidade que vou apresentar hoje, é bem conhecida do nosso povo português, falo de um homem que cantou uma revolta, inspirou uma geração com os seus versos, que lutou contra uma repressão com uma guitarra na mão.
Falo-vos de José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nascido em Aveiro a 2 de Agosto de 1929, ou, como é conhecido pelo povo, Zeca Afonso.
Viveu até aos 3 anos em Aveiro, depois mudou-se para Angola onde estavam os pais e os irmãos, mas em 1937 voltou para Aveiro, mas nesse ano iria para Moçambique, mas no ano seguinte voltaria outra vez para Portugal.
Passa dois anos em Belmonte, e em 1940 vai para o liceu em Coimbra, e passados 18 anos de ter começado a cantar no liceu, Zeca grava o seu 1º disco em 1958, com o título de Baladas de Coimbra.
Em 1964 volta para Moçambique, para leccionar num liceu, regressa a Portugal para leccionar em Setúbal onde aproveita para gravar o seu primeiro álbum Baladas e canções, onde fazem parte canções como Canção Longe e Balada Do Outono, Entre 1967 e 1970, Zeca Afonso torna-se um símbolo da resistência democrática, sendo preso varias vezes pela PIDE.
Em 1971, edita "Cantigas do Maio", no qual surge "Grândola Vila Morena", que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da revolução de Abril, e foi um fortíssimo símbolo da revolução, a sua música foi passada nas rádios como símbolo de vitoria, o que para sempre imortalizou a sua voz e a sua canção, Grândola Vila Morena.
Após a revolução continua a sua acção politica sendo sempre uma vida activa politicamente, continuou a cantar orgulhosamente as canções da revolução, Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, "Galinhas do Mato", em que, devido ao avançado estado da doença, José Afonso não consegue cantar na totalidade, deste álbum destacam-se músicas como Benditos, e muitas outras que marcaram a despedida de um dos maiores músicos e revolucionários da história deste pequeno pais.
No dia 23 de Fevereiro de 1987, morre um dos maiores vultos da história portuguesa, Zeca Afonso morreu em Setúbal, para sempre será lembrado, por aqueles que viveram a revolução com ele, mas também as gerações seguintes, que para sempre ceram inspirados pelo poeta cantor revolucionário.

Outra figura de grande destaque na história mundial foi sem duvida Karol Józef Wojtyła, conhecido como João Paulo II.
João Paulo II nasceu numa cidade do sul da polónia filho de um Tenente com o mesmo nome que o seu Karol Wojtyła.
Perdeu a mãe quando ainda tinha apenas 9 anos de idade, 3 anos mais tarde perdeu o sustento da família, o seu irmão, devido ao facto do seu pai não ter um ordenado que os permitisse sustentar a todos, e aos 22 anos de idade fica sozinho no mundo pois perde também o seu pai, ao mesmo tempo que assistia a vários assassinatos dos seus colegas e amigos devido ás invasões alemãs á polónia.
Manifestando interesse pelo teatro, cuja participação potenciava apoios à Resistência Polaca contra o nazismo, pela música popular e pela literatura, a sua juventude foi marcada por intensos contactos com a então ameaçada comunidade judaica de Cracóvia, e pela experiência da ocupação nazi, durante a qual trabalhou numa fábrica de produtos químicos para evitar sua deportação à Alemanha nazista. Atleta (chegou a jogar como guarda-redes de futebol numa equipe amadora de Wadowice), Karol Wojtyła foi ordenado sacerdote católico em 1 de Novembro de 1946 pelo então Cardeal Arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.
Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia, e após a morte do Papa que o nomeou teve de se reunir o conclave, para decidir quem seria o seu sucessor, este deu inicio a 26 de Agosto de 1978, para nomear o Papa João Paulo I, que teve o pontificado mais curto da história, durando apenas 3 meses, como efeito disso teve de se reunir o conclave de novo.
E a 16 de Outubro de 1978 foi escolhido como Papa, e escolheu o nome de João Paulo II como homenagem ao anterior Papa.
Com mais de 26 anos, é o terceiro mais longo da história da Igreja Católica. Alguns números que se destacam são o de viagens pastorais fora da Itália (mais de 100, visitando 129 países e mais de 1000 localidades), cerimónias de beatificação (147) e canonizações (51), nas quais foram proclamados 1338 beatos e 482 santos. Se tornando, com seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação, o Papa mais popular da história.
A primeira metade do pontificado fica marcada pela luta contra o comunismo na Polónia e restantes países da Europa de Leste e do mundo. Na segunda metade é de notar a crítica ao mundo ocidental capitalista, opulento e egoísta, dando voz ao Terceiro Mundo e aos pobres.
O Papa foi também notabilizado pela tentativa de aproximação entre as diferentes religiões, tentando criar um clima de paz entre elas.
Enquanto esteve vivo visitou grande parte do globo sendo poucos os países que este não visitou.
A primeira visita de João Paulo II a Portugal (12 a 15 de Maio de 1982) ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981. Nesta visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior em plena Praça de São Pedro no altar da Nossa Senhora de Fátima ainda hoje a mesma bala se encontra na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.
Em 14 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa. Em 15 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro em Braga.
Em 2 de Março de 1983 fez escala em Lisboa na viagem à América Central. De 5 a 13 de Maio de 1991 esteve nos Açores, na Madeira, Lisboa, e novamente em Fátima. Uma outra visita, em que beatificou os videntes de Fátima, teve lugar em 12 e 13 de Maio de 2000.
Mas no dia 2 de Abril de 2005 o 265º Papa morreu no Vaticano, deixando uma enorme saudade não só á àqueles que lhe eram chegados mas também ao mundo inteiro, pois este tem de ser recordado como um verdadeiro Santo, pois durante toda a sua vida se entregou aos mais necessitados, e sempre o fez com um coração de ouro.