Blog da Mota: Carta a um amigo sem rumo

segunda-feira, setembro 17, 2007

Carta a um amigo sem rumo

Caro Rui,
Ao longo dos últimos meses tenho te visto sofrer, quando digo sofrer, refiro-me á tua própria autodestruição, sinto que morres a cada dia que passa, sinto que o que te consome por dentro, esta lentamente a deixar o teu corpo e tua mente sem forças para lutar por algo em que acreditas.
Eu como teu a migo, companheiro de lutas intelectuais, estou preocupado contigo, não vejo mais a alegria que tinhas, não vejo o sorriso verdadeiro que te caracterizou durante todos estes anos que te conheço.
Já sabes o que penso, mas vou-te dizer de novo, eu não acredito no amor, ao não acreditar nele não percebo porque é que ficas dessa forma, pois claro que sou bruto e agressivo nas ideias que tenho, mas continua ver essa paixão de uma maneira real, continuo a achar que essa paixão é como um cancro que te vai matando lentamente.
É claro que minto quando digo que não acredito no amor, mas vejo de uma maneira real e concreta, não filtrado por um ultra romantismo que se apoderou de ti, eu ao contrario de ti consigo ver quando é que um amor acaba, e se transforma em algo que não queremos admitir.
Bem sei que não o é fácil, admitir que o amor que alguém sentiu por nós acabou, mas meu caro Rui, no teu caso nunca ouve por parte dela amor, uma grande paixão, admiração, sim isso ouve, mas nunca o amor que procuras-te.
Vi-te fazer coisas que nunca pensei ver-te fazer, estou envergonhado, digo ainda mais, enojado, pois tinha-te em consideração um homem, não um simples lacaio da ilusão.
Acorda, vive, olha para o mundo de uma maneira realista, esquece essa mulher pela qual te apaixonaste, sem aviso prévio, sem razão alguma, olha para a tua própria realidade e admite que acabou, se não o fizeres mais sofreras, e eu como teu amigo que sou ver-te-ei a morrer lentamente, consumido pela dor de amar e não ser amado.
Não acredito de maneira alguma no destino, ou nessa barbaridades de que o homem esta predestinado a ser algo, mas acredito que o teu lugar aqui na terra não é o de sofredor, pois eu mais do que ninguém acredito que és um génio, e acredito que tal eu como tu, sendo génios por natureza, tenhamos apenas um papel passivo nisto de que eles chamam de mundo.
E é com estas palavras que me despeço meu caro Rui, sei que vais ler isto com atenção, sei ainda que pouco ou nada vai significar, mas ao menos estão aqui as palavras de um sábio amigo, que vê o amor de uma forma real e concreta, no fundo com olhos de ver mas não de sentir.
Do teu amigo

Leonel de Campos

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